Existe diferença entre degustar o vinho em um copo comum ou em uma taça apropriada para tal?
A resposta pode variar em função de uma outra pergunta: Quero desfrutar de todas as sensações que o vinho proporciona?
Se a resposta é apreciar ao máximo os atributos do vinho ou ainda degustar (não beber somente) seguindo um método para avaliar sua qualidade, então, sim, é necessário uma taça específica para servi-lo.
A empresa austríaca Riedel fabrica 400 tipos de taças para vinho, cada uma com características que se adaptam aos tipos de vinho mais conhecidos e famosos. Claus Josef Riedel (fundador da Riedel) verificou que a forma, diâmetro, volume e acabamento das taças influem no momento de guiar a bebida até boca e ao alcance do nariz.
Que tipo de taça devo ter em casa necessariamente? Aquelas apropriadas aos vinhos que gostamos e bebemos habitualmente. A regra geral são taças de cristal transparente e incolor, sem estampas. Hastes compridas para pegar a taça sem alterar a temperatura do vinho, bojo largo para o vinho oxigenar e oferecer espaço para a famosa giradinha.
O material de que a taça é feita também é importante, pode ser: vidro, cristal ou cristal de vidro. A diferença é basicamente a espessura, resultado da quantidade de chumbo usado na fabricação, o que influi também na porosidade e sonoridade do material.
Essa qualidade de taça é mais usada nas degustações da Europa quando visitamos as vinícolas. No Brasil, a ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers em São Paulo) e a SBAV-SP (Associação Brasileira dos Amigos do Vinho de São Paulo) realizam todas as degustações com a taça ISO . Na Argentina e no Chile são usadas as taças de 350 ml, na maioria das Vinícolas.
Além da Taça ISO, existem quatro tipos básicos bastante usadas:
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- Bordeaux: vinho tinto (bojo grande, borda fechada). Para os vinhos: Cabernet Sauvignon, Merlots, Syrahs e Tannats.
- Bourgogne: para vinho tinto (bojo maior). Indicada para os vinhos: Pinot Noirs, Riojas e Nebbiolos
- Flauta: para vinho espumante (bojo amplo), silhueta fina e alongada
- Para vinhos brancos: corpo menor (para manter a temperatura
Conhecendo já um pouco mais sobre as taças, existem ainda algumas questões que podem
ajudar a sua relação com a degustação do vinho:
- Como segurar corretamente a taça: para garantir que o vinho não altere a sua temperatura, segure a taça pela haste, o que evitará também que seus dedos deixem resquícios de sujeira. Segurar a taça pela base não é de bom gosto, deve ser evitado, a haste é perfeita para essa função, apesar de ser esquecida nestas ocasiões normalmente.
- Quantidade de vinho que devemos colocar na taça: quando estamos degustando o vinho (não somente bebendo), nunca devemos encher a taça até a borda. É bom lembrar que precisamos espaço para a famosa giradinha do vinho no copo para a oxigenação e, consequentemente, a liberação de seus aromas. A quantidade ideal é 1/3 da taça (50 a 75ml) ou menos, não mais.
- O cuidado ao lavar as taças: a cautela com as taças é fundamental, os riscos ao manusear e ao lavar exigem atenção redobrada. Enxaguar muito bem e secar com um pano macio (linho de preferência), usar pouco detergente para evitar que fiquem resíduos que podem afetar o aroma e sabor do vinho.
Vinho servido em taça errada, além de quebrar com a etiqueta, prejudica a avaliação dos aromas e as características. Mas, lembre-se, amante do vinho, o mais importante é a qualidade do vinho degustado (bebido) e o prazer que proporciona.